O Instituto Brasil Solidário entrou na vida de Najoa Salem através da 10 CRE (Coordenadoria Regional da Educação) de Uruguaiana (RS), onde trabalhava. Além de Uruguaiana, a CRE abrange os municípios de Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui e Manoel Viana. Ao iniciar o curso de Educação Financeira, sua impressão inicial foi que se tratava de uma metodologia que ela hoje define como “facilitadora”.
Feito o curso, logo se lançou para a prática nas escolas estaduais onde trabalhava: Escola Lilia Guimarães e Escola República do Uruguai e FASE, uma instituição de menores infratores. Ela detalha a experiência: “Na FASE, tenho o olhar de professora. Os detentos são alunos que também merecem metodologias que facilitam e cativam para uma aprendizagem significativa. Conseguimos alfabetizar um aluno, através do Piquenique. Foi a partir do jogo que adquiriu o gosto pela leitura. Esse aluno se recusava a ler e realizar as tarefas em todas as disciplinas. Depois que começamos a jogar, ele passou a ler e participar das atividades com todos os professores, inclusive trabalhando em outras disciplinas e ajudando os colegas que tinham dificuldades.”
Najoa percebeu como os jogos possibilitam a aprendizagem dos alunos como protagonistas. Leitura, cálculos fundamentais, consumo consciente, sustentabilidade, custos, orçamentos, impactos ambientais, desenvolvimento de planos de negócios. “Os jogos ensinam sobre a tomada de decisões responsáveis, sabendo que as ações impactam a sociedade como um todo. Os jogos, como metodologia ativa, foram um facilitador na aprendizagem dos alunos”, afirma.
Ao perceber todo o potencial transformador do projeto, ela se juntou à Marlise Grecco e, juntas, começaram a articular a mobilização dos jogos para os outros municípios da 10 CRE. Hoje, Najoa é diretora da Escola República do Uruguai e recorda com carinho daquele período.
“O que me motivou a seguir multiplicando as ações no município é que vejo que os jogos possibilitam trabalhar matemática e sustentabilidade. Mostrar para os alunos que essa aprendizagem é significativa e vivemos no cotidiano. O projeto superou minhas expectativas. Foi de grande ajuda nas minhas aulas para trabalhar a dificuldade dos alunos em relação aos conteúdos de matemática. Mostrar a importância do conhecimento para a vida em sociedade, e sua aplicabilidade”, finaliza.